Clientes...
Está terra está cheia de brasileiros. Não tenho, em princípio, nada contra os brasileiros e considero que, se não fossem eles, muito coisa aqui não funcionava… Os autóctones do sítio onde o mar é mais azul, são pouco chegados ao trabalho…
Hoje de manhã, como não tinha aulas, decidi ir à loja dos computadores ver em que pé estava o arranjo do meu PC de secretária. É uma loja pequena em que o dono é pau para toda a obra. Atende, arranja, vais às compras, etc. Embora não seja muito expansivo, é uma pessoa muito correcta e, sobretudo, muito calma.
Quando entrei logo percebi que a calma dele estava um bocado “alterada”. Não que estivesse a falar mais alto ou a discutir com a rapariga que lá estava, mas senti que a “coisa” estava complicada. Rapidamente percebi do que se tratava. A menina, brazuca por sinal, tinha comprado um tambor de DVDs. Tinha gravado um e, os que gravou a seguir, não ficavam bem gravados. A “brasuca” pretendia uma caixa nova de DVDs.
- Como gravou um e ficou bem, já pensou que pode ser que o seu gravador esteja estragado?
- Não, eu costumo levar de outros e ficam bons. Quero que me troque esta caixa por outra.
O senhor, pegou num dos DVDs e gravou uma música nele.
- Está a ver? Eu usei um dos seus e aqui no meu PC gravou bem. O problema deve estar no seu gravador que não está bom.
- Não senhor, quando eu gravo dos outros que costumo levar, ficam todos bons. Estes é que não prestam. Troque-me pelos que eu costumo levar.
Eu já fervia por todos os poros…
- Mas repare. Estes já estão abertos e eu não os posso devolver ao fabricante. Como viu, não estão estragados. Não posso ficar com esse prejuízo…
- E eu posso? “Vou ficar no prejuízo”? Estes não prestam, aqueles ali é que são bons e quero que os troque.
Parecia conversa de doidos…
Lá continuaram até que ele vai à prateleira, pega num tambor dos que a “menina” falava e faz a troca.
Confesso que fiquei "esbugalhado" a olhar para ele…
- Sabe, começou ele, presentemente, são os brasileiros os meus melhores compradores. Se eu não trocasse perdia uma data deles...
...
Etiquetas: Histórias pessoais
16 COMENTÁRIOS:
É... a dependência tem destas coisas, mas a arrogância da clientela tem muitos limites!
Pois é... Para o bem e para o mal, o cliente acaba sempre por ter razão... Era uma «brasuca», mas bem poderia ser uma «tuga»...
Lamentável.
LOL...no comments...:X
Caro Catatau,
Está muito correcto com o que diz. Nem imagina as pessoas arrogantes que tenho de aturar todos os dias, mas há coisas que não tolero e por vezes a "coisa" fica feia. Muitas pessoas acham que quando entam num estabelecimento comercial que as pessoas que estão atrás do balcão devem-lhes prestar vassalagem e não prestar serviços, tentam de todas as formas mostrar-se superiores e demonstrar ao máximo que nós comerciantes necessitamos deles para sobreviver, obviamente que temos de ter clientes para sobreviver mas não estupores que vão de ano a ano armados em parvos comprar uma chiclet e resmungam que é caro e que isto e aquilo, que acabam por deixar-nos mal dispostos. Penso que estas pessoas são pessoas que fazem o seguinte raciocinio errado:" áh, aqui vou mandar eu, afinal sou eu que pago e TU vais ser meu empregado nem que seja por estes breves minutos."
Pura e simples estupidez.
Não me vou esticar mais.
Foge eu que até não sou de dizer muitas asneiras e até sou calminho, penso eu de que, ao ler o episódio já me estava a ferver o sangue e apetecer dizer uma asneira, tudo por causa da casmurrice da cliente.
Paciência e teimosia tem limite...
Como diria o meu bom amigo Guterres "é a vida, meus caros, é a vida".
histórias destas toda a gente tem. Eu tenho uma engraçada:
Um cliente meu, não só não pagou a totalidade do meu (nosso) trabalho, com ainda ursupou os direitos de autor.
E pronto, está feliz e contente, eu também não LOL
Eu acho que o problema (ou não) dos brasileiros é serem chatos como tudo nestas questões. Moem de tal maneira a paciencia de uma pessoa que no seu limite acaba por ceder... Conhecendo eu o sitio onde o mar é mais azul, até que consigo perceber a atitude do senhor da loja. Mas se fosse comigo ou com uma senhora que mora cá em casa... Hmmm ela levava os dvds mas não era num saco de certeza lolol
Lamentavelmente, essa gentalha existe em todos os lados.
Beijocas
P.S. - Ainda bem que não era eu que estava lá porque o dono da loja tinha que me agarrar para eu não bater na mulher.
Lá está, a máxima "o cliente tem sempre razão" nem sempre se pode aplicar...
Eu no estágio tive um filme do género, mas ao telefone e em relação a umas instruções. Eu tinha verificado tudo. Estava tudo ok. A gaja não queria aceitar...
Resumindo, o marido da patroa disse que tinha sido um erro dele e que a culpa não era minha... Esta pseudo-vitória teve um sabor a fracasso que nem te digo.
beijinhos
Realmente, Bernardo Moura, pelo que vejo - e eu vejo muito porque sou um consumista militante - há muita gente que fala de cima da burra quando está perante um balcão. E não é só a teimosia ou a arrogância, é também a desconsideração, a falta de educação, o tom de voz, a atitude em suma. No outro dia, num bar do aeroporto apanhei um estafermo de uma lisboeta (podia até ser da Merdaleja, era o mesmo) a massacrar a empregada do bar que não lhe tinha servido a água suficientemente fresca. Havias de ter visto: o olho semi-cerrado, o lábio superior a encaracolar de desdém e um tom de voz afectado dirigido à desgraçada, titubiante, que naturalmente não estava habituada a levar tais tratos de polé. Um nojo.
É verdade Luman. Já tivemos oportunidade de conversar várias vezes sobre isso. Mas também sei que tu, com o teu savoir faire (e savoir être, pois então), consegues dar as voltas à situação, de forma bastante pedagógica, levando a clientela ranhosa a bom termo e a bom sítio. Mas lá está, é o que eu digo, tens um dom! :)
Aqui há dois factos a considerar.
O primeiro, já muito focado e bem, é a arrogância e falta de educação de alguns clientes para quem lhes está a prestar um serviço.
O outro, e que está na origem do post, é o facto da cliente ser brasileira e originar a troca do produto, com a consequente tirada do dono do estabelecimento de que perderia muitos clientes, se o não tivesse feito.
A isto eu chamo uma neo-colonização, que não vem só das telenovelas, vem-se verificando cada vez mais, em muitos níveis, infelizmente...
Ah... titubiante=titubeante
Não me tenho por um xenófilo militante, mas na minha humilde opinião estou em crer que olhar para as actuais movimentações de pessoas pelo mundo à luz de conceitos que se aplicam a outras épocas não será o mais correcto.
Desde os anos 70 que acompanho com interesse as telenovelas brasileiras e nunca vi que a sua transmissão trouxesse algum dano ao nosso idioma. Bem pelo contrário! Se ele é mal tratado é por quem é de cá! E não é pouco! E mais não digo, porque não estou em minha casa... Há muito tempo já que reina uma grande falta de respeito entre portugueses. Este é, quanto a mim, o cerne da questão.
Donde se conclui que não partilho do ponto de vista do João.
Problemas destes acontecem com todo o tipo de clientes e sapos há de todas as cores.
Se o post do tongzhi mostra alguma coisa acerca dos brasileiros é que são um povo que se mantém unido e que tem espírito de grupo. Nós portugueses pelo contrário às vezes parece que o esquecemos por cá e acaba por ser cada um por si.
É tão criticável a arrogância dos clientes como a falta de sentimento de grupo que se tem instalado!
E não estarão as duas coisas associadas?!
Que post mais preconceituoso. Ai de vocês se não fossem os brasileiros... Direitos dos clientes devem ser respeitados, independente da nacionalidade. Será que a "Maríita" gostaria de ser tratada mal se estivesse no Brasil? Decerto não...
Depois desses comentários preconceituosos, não me apetece estar mais aqui... Voilà...
Caro brasileiro,
Cada um tem direito à sua opinião. É só por essa razão que não apaguei o seu comentário.
Contudo, acho que não deve ter lido bem. No post não há qualquer tipo de preconceito. É coisa que não sou mesmo.
A interpretação é sua!
Termino com um ditado que julgo também é conhecido no Brasil:
Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele!
Enviar um comentário
<< Home