Pela mão de Pablo Neruda
Morre lentamente
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Morre lentamente...
Pablo Neruda
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Morre lentamente...
Pablo Neruda
17 COMENTÁRIOS:
Posso humildemente acrescentar que morre rapidamente que não ama? Que morre instantaneamente, quem nunca amou?
Gosto muito de Pablo Neruda, mas deixa-me sempre melancólico.
Espero sinceramente que a razão do post seja apenas a beleza do texto.
Caso contrário, uma boa garrafa de vinho resolve muita coisa HE HE HE.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
beijos, muitos, mor meu
Que mais dizer perante tão sabias palavras...
Abraço.
..pois..que mais dizer..pablo neruda "tem esse dom das palvras"...há que contradizer.. ;)
hugi
Conheço e gosto muito da vasta obra poética de Pablo Neruda. Poesia muito intensa, sentida, amargurada e ás vezes, violenta nas palavras, mas é sem dúvida, linda...
Se soubesses o que este texto vem a calhar na minha vida neste momento...
Ajudaste-me, nem tu sabes o quanto...
Sempre pertinente, querido! toca a viver... beijinhos
Este texto diz-me muito. Não especialmente hoje... é uma lição de vida!
(Re)encontrei-o nas arrumações do meu pc. Tinha de o partilhar com vocês!!!
Lindo, alguem que assim fala, vive para siempre.
:)
Marvilha, Tongzhi, ainda bem que o encontraste nas arrumações do teu PC...é lindo , e, só podia vir de Pablo Neruda!
Jinhos
Lindo...lindo...
obrigado pela partilha :-)
Estavamos a precisar. Estavas a precisar. Alguém estava a precisar.
Hey! Tudo para cima, está bem?! ;)
Estas verdades hoje parecem-me muito mais fortes...
Como a amizade não se paga, retribui-se, só espero um dia estar à altura...
Gracias pelas tuas palavras, guapo!
Estamos cá para isso, GUAPA!
estou à tua espera...
não vejo a hora de te beijar, abraçar, ...
beijos, muitos
Muito bonito. Gostei. Obrigado pela partilha.
abraços
Pablo Neruda....sempre!!!
Gosto mto..
Beijinho da padreca domingas
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