Surpresa

Há já uns dias que ando com vontade de colocar este post. Por vezes sabe bem escrever qualquer coisa de mais “séria”, de mais profunda. Aqui vai...


Profissionalmente há uma coisa que me dá imenso orgulho. Ao longo da minha carreira, tenho conseguido estabelecer uma excelente relação com os alunos dos vários níveis de ensino por onde tenho “navegado”.
Para mim, que lido diariamente com a formação de professores, a relação que se consegue estabelecer com os alunos é um factor de sucesso que não é possível, com muita facilidade, transmitir aos futuros professores. Esta “tese” tem como pressuposto que um professor, para além de ter de promover condições para que seja efectiva a aprendizagem “curricular” dos alunos, é, igualmente, um educador privilegiado dado que lida com os alunos regularmente. São muitos os factores que se conseguem “eleger” como promotores de uma boa relação professor/alunos. Reduzir esses factores a “maneira de ser do professor” ou “características do grupo de alunos” não tem a minha concordância...
Há um aspecto que ao longo da minha carreira se foi tornando cada vez mais evidente. Os alunos desculpam mais depressa um professor que não “ensina” bem que um professor que não tem uma boa relação com a turma.
Felizmente, e pondo de lado falsas modéstias, a minha competência profissional nunca foi posta em causa. Posso igualmente afirmar que muito tenho “trabalhado” para que isso seja uma realidade...

Há duas semanas tive a prova de que mais uma vez tinha conseguido estabelecer uma boa relação com o grupo de alunos que tive este ano. Apesar de ter sido um ano complicado, de ter estado doente, das condições oferecidas para a cadeira não terem sido as melhores, os alunos e eu próprio fizemos um grande esforço para que esta cadeira, que ainda por cima tinha um programa novo, fosse bem sucedida!

Na última aula, na hora do intervalo, a delegada de curso veio pedir-me se os deixava reunir na sala contígua à dos computadores e que serve de apoio a esta sala. Segundo ela, a razão do pedido prendia-se com a necessidade de dar algumas informações sobre o modo como se iria processar a escolha dos locais de estágio do próximo ano.
Lá entraram os alunos para a referida sala e, passados uns minutos, uma aluna veio-me pedir se poderia tentar explicar o modo como era calculada a média do grupo para a distribuição...
Quando cheguei à porta tive uma grande a agradável surpresa.
Havia uma “festa” preparada para mim.
Um grande bolo com uma mensagem escrita, bebidas (não alcoólicas), uma prenda com o respectivo cartão e acima de tudo um conjunto de caras sorridente e felizes por terem conseguido “montar” tudo sem eu ter desconfiado de nada.
A altura pedia umas palavras... mas confesso que elas custaram a sair... Lá acabaram por brotar a custo, “regadas” com algumas lágrimas que teimaram em rolar pela cara “abaixo”...
Seguiu-se um excelente momento de convívio informal.

Tenho pena de não ter uma reportagem fotográfica... Mas confesso que não sei se a partilharia aqui!

Mas não consigo deixar de partilhar o “presente” não pelo presente em si mas pelo significado que tem para mim.