Resposta... desabafo... o que lhe queiram chamar!
Ó Mr TB!!!*
"Continuo a ter esperança que vocês, os professores **, vão saber encontrar uma solução"
Tu tens por acaso visto a Nossa Sra de Lurdes de mãos postas e tudo?
Tu tens reparado no discurso dela?
Achas que montes de conselhos pedagógicos não enviaram documentos a explicar a nossa posição?
Eu também sou pai e não me esqueço disso nunca.
Toda a minha vida profissional foi dedicada aos meus alunos. Por eles trabalhei, por eles estudei, por eles investiguei...
A resolução deste problema não passa apenas por "vocês, os professores".
Neste momento acho que passa por todos, claro que com principal incisão no ministério e nos professores.
O ministério, a sociedade, os país, pelo menos os meus, não me podem pedir mais nada, não me podem pedir que me ponha de cócoras!!!
A minha posição, caso esta avaliação vá para a frente tal como está, é bem clara.
Vou continuar a empenhar-me no processo de ensino/aprendizagem.
Contudo,na avaliação vou "baixar a fasquia" vou dar boas notas aos alunos, vou "criar", embora que artificialmente, sucesso. É isto, a par de poupar euros, os propósitos desta reforma.
Não penses que que foi fácil tomar esta decisão.
Eu nem tenho muito a perder uma vez que sou professor titular, no 10º escalão, e duvido que alguém me consiga dar uma má classificação. Mas é uma questão de justiça e alguma solidariedade para com professores no percurso da carreira.
Comparando, por exemplo, as classificações a matemática e a educação física.
Achas que pelo facto do professor desta "dar melhor notas" faz dele um melhor professor que eu?
As minhas turmas até são boas, afinal eu sou titular e o primeiro da lista do meu departamento, mas tenho colegas, tão bons ou melhores professores que eu que dão aulas a turmas péssimas. Achas que por isso eles têm de ter uma avaliação inferior à minha?
Poderia dar muito mais exemplos mas o Catatau já falou disto num comentário do post anterior!!!
Claro que os grandes prejudicados disto são os alunos... mas que vai haver mais sucesso, não tenhas dúvida.
Quero ver é daqui a uns anos quando eles chegarem à faculdade. Nessa altura os país irão, certamente, acordar... mas será tarde para esta "geração"!
Finalmente, e para concluir, gostaria de sublinhar que sou TOTALMENTE a favor da avaliação dos professores.
- Uma avaliação em que avaliadores e avaliados se sintam bem.
- Uma avaliação com parâmetros correctos e que traduzam o esforço que o professor faz para a melhoria do ensino e não os resultados obtidos pelos alunos.
- Uma avaliação que promova o efectivo sucesso da escola!
Um abraço esclarecedor para ti!!!
* Tu foste apenas o motivador deste post, por isso achei que deveria referir-te aqui
** Sublinhado da minha responsabilidade
"Continuo a ter esperança que vocês, os professores **, vão saber encontrar uma solução"
Tu tens por acaso visto a Nossa Sra de Lurdes de mãos postas e tudo?
Tu tens reparado no discurso dela?
Achas que montes de conselhos pedagógicos não enviaram documentos a explicar a nossa posição?
Eu também sou pai e não me esqueço disso nunca.
Toda a minha vida profissional foi dedicada aos meus alunos. Por eles trabalhei, por eles estudei, por eles investiguei...
A resolução deste problema não passa apenas por "vocês, os professores".
Neste momento acho que passa por todos, claro que com principal incisão no ministério e nos professores.
O ministério, a sociedade, os país, pelo menos os meus, não me podem pedir mais nada, não me podem pedir que me ponha de cócoras!!!
A minha posição, caso esta avaliação vá para a frente tal como está, é bem clara.
Vou continuar a empenhar-me no processo de ensino/aprendizagem.
Contudo,na avaliação vou "baixar a fasquia" vou dar boas notas aos alunos, vou "criar", embora que artificialmente, sucesso. É isto, a par de poupar euros, os propósitos desta reforma.
Não penses que que foi fácil tomar esta decisão.
Eu nem tenho muito a perder uma vez que sou professor titular, no 10º escalão, e duvido que alguém me consiga dar uma má classificação. Mas é uma questão de justiça e alguma solidariedade para com professores no percurso da carreira.
Comparando, por exemplo, as classificações a matemática e a educação física.
Achas que pelo facto do professor desta "dar melhor notas" faz dele um melhor professor que eu?
As minhas turmas até são boas, afinal eu sou titular e o primeiro da lista do meu departamento, mas tenho colegas, tão bons ou melhores professores que eu que dão aulas a turmas péssimas. Achas que por isso eles têm de ter uma avaliação inferior à minha?
Poderia dar muito mais exemplos mas o Catatau já falou disto num comentário do post anterior!!!
Claro que os grandes prejudicados disto são os alunos... mas que vai haver mais sucesso, não tenhas dúvida.
Quero ver é daqui a uns anos quando eles chegarem à faculdade. Nessa altura os país irão, certamente, acordar... mas será tarde para esta "geração"!
Finalmente, e para concluir, gostaria de sublinhar que sou TOTALMENTE a favor da avaliação dos professores.
- Uma avaliação em que avaliadores e avaliados se sintam bem.
- Uma avaliação com parâmetros correctos e que traduzam o esforço que o professor faz para a melhoria do ensino e não os resultados obtidos pelos alunos.
- Uma avaliação que promova o efectivo sucesso da escola!
Um abraço esclarecedor para ti!!!
* Tu foste apenas o motivador deste post, por isso achei que deveria referir-te aqui
** Sublinhado da minha responsabilidade
Etiquetas: Coisas da escola, Desabafos
15 COMENTÁRIOS:
A opinião pública não se compadece com este tipo de explicações, TZ. Como disse a ministra no ano passado: "perdi os professores, mas ganhei os pais". Por isso, só após ter uma plataforma de apoio - a começar pela vergonha que é a CONFAP - (a propósito, quantos filhos em idade escolar tem o presidente?) - se abalançou com uma avaliação pusilânime, ciente que as pessoas estão embebidas pela propaganda barata do ministério que tutela.
Mesmo que os professores alertem (e têm farto de alertar!) que o rei vai nu, o povo não pensa. Ou pensa só no imediato, o que quer é que os putos fiquem na escola o dia todo, e passem de ano. A qualidade? Mas alguém neste país já avaliou a qualidade da educação que se tem feito nos últimos 20 anos?! Bem os vejo chegar à universidade cada vez mais impreparados. E os professores universitários a deitarem as culpas à escola secundária. E não, não estou só a falar na escola pública.
Não adianta TZ, as pessoas vão cegas, atordoadas por um discurso que é um flato. Como grande parte das tomadas políticas deste governo neoliberal. Estou à vontade para falar. Sou de esquerda. Não misturo emoção com competência e rigor de análise. Sou titular, presidente de uma assembleia de escola, posicionado no penúltimo escalão por mérito científico e investigador numa faculdade estatal.
PS: Teddy, esta resposta não é para ti. Não tens culpa. A luta contra esta vileza não é a tua.
Ok Tz.
Eu compreendo bem as dificuldades e compreendo bem que estão a falar para surdos (às vezes até cegos e mudos). Compreendo isso muito bem.
Também concordo com o Catatau, quando ele diz que a Ministra tentou "conquistar" os pais.
Ao "passar a bola" para os professores, ao fazer quase depender da avaliação dos professores o sucesso do sistema de ensino, colocou uma carga enorme nos vossos ombros.
Sei que a solução não é fácil, mas tenho a certeza que ela vai ser encontrada, pelo menos tenho essa esperança.
O meu problema não é a luta dos professores, é poder confiar mais no sistema de ensino. Por isso eu sei, e tu muito melhor que eu, que a avaliação dos professores deve ser feita.
Por último, conhecendo-te minimamente, sei que não vais enveredar pelo "caminho mais facil", por muito que custe, sei que não vais....
(Confio que a generalidade dos professores não vão)
Abraço
Não se trata de ser o caminho mais fácil ou mais complexo. Trata-se de que todos, a mais ou menos prazo, vão entrar no "carreiro" e facilitar cada vez mais. Eu estive fora 14 anos, a dar aulas na faculdade, e, apesar de ter estado sempre em contacto com a escola, por força do serviço que desempenhava, sei como encontrei o nível de exigência...
Quem disser o contrário, ou mente por medo, ou então é pouco reflexivo.
Quanto a falar, Catatau, eu não me vou cansar de dizer o que entendo deva ser dito. Na minha escola, em que esteve implementada por 3 semanas a lei 3 (faltas dos alunos) eu remeti todos eles para o CE que, contra a vontade de todos os directores de turma, resolveu aplicar a lei. Era vê-los a subir as escadas a entupir as "madames"
eh eh eh
As pessoas têm todo o direito à indignação. Eu, que pago os meus impostos como grande parte das pessoas, gosto de saber para onde vai o meu dinheiro, nomeadamente o que é aplicado na educação (já que trabalho no ramo). O que eu vejo é que os meus impostos não são aplicados na melhoria das condições lectivas (seja em equipamento, seja em obras nas escolas), não são aplicados em investigação credível sobre os melhores currículos e conteúdos para os alunos e não são aplicados na formação séria dos profissionais da educação (auxiliares de acção educativa incluídos).
Os professores devem ser avaliados, sem sombra de dúvida - já ando a dizer isto há anos - mas no que toca às suas competências científicas, ao seu domínio e destreza de utilização da língua materna e aptidão pedagógica. Nunca poderão ser avaliados em termos de produto (retenção ou não de alunos, tal como entende o ME), quando não há uma avaliação da qualidade dos currículos e conteúdos impostos pelo ministério para a formação desses mesmos alunos!
Fazer uma reforma do ensino é urgente. E essa reforma não pode estar de costas voltadas para os professores, a ser ditada por técnicos de gabinete que nunca colocaram os pés numa escola durante um ano lectivo. Andamos a brincar a quê?!
Muito me espanta que Portugal, tão pródigo em copiar tudo e mais alguma coisa que vem de fora (como se tivesse chancela de qualidade), não tenha ido beber influências ao modelo espanhol, irlandês ou mesmo ao sueco, que funcionam e têm êxito. Sem mal-estar de pais, alunos e professores. Mas é que esses custam dinheiro, não é? E não se compadecem com lobbys das Escolas Superiores de Educação ou das Editoras, não é?! Pois é.
É pena Teddy, que as pessoas não tenham a abertura de espírito que demonstras e se deixem comer por lorpas.
É pena, TZ, saber que as pessoas só nos irão dar razão quando se envergonharem dos futuros cidadãos a quem legarão este país do faz-de-conta.
Já estou por tudo. Mas passar alunos sem saberem ou trabalharem, nunca. Nem que tenha de ficar até à reforma no mesmo escalão. Por 19 dias não pude concorrer a titular mas a mesma senhora ministra mandou-me agora passar ao índice 245. Ou seja, não sou titular mas ganho como tal. bem dizia ela que dinheiro não faltava no ministério. Vergonha é o que falta. Hoje na minha escola havia choros por parte dos professores mais velhos e membros do Conselho Pedagógico. Os Conselhos Executivos apenas obedecem às ordens cegas da ministra contra os tribunais. mas cá andamos. Ainda hoje me ofereci para o ano pegar numa turma de Percursos Alternativos no 2º ciclo. Não tenho medo do trabalho. Mas quero justiça, humanidade e respeito, coisa que este ME não sabe o que é. Dia 8 lá estarei para dizer BASTA e lutar pela democracia que como professor de História é o meu dever.
Adoro quando és Heavy Metal... rsrsrsrsrsr :D
Tenho acompanhado os teus posts aqui e as respostas também. A questão é complexa, não sei bem por onde a avaliar...mas pegando no que disseste e no que diz o Catatau, de que a ministra quis conquistar os pais, só tenho uma coisa a dizer: não são os pais que estão na escola, são os alunos e os professores.E embora os pais possam e devam ter um papel activo e informado na educação dos filhos, convenhamos que nem sempre são os mais imparciais e objectivos. Muitos entendem o sucesso escolar e os bons professores como sinónimo de "o meu filhinho tem notas muito altas". Não fui aluna assim há tanto tempo para não saber do que falo...e embora sempre tenha tido uma relação de grande comunicação com os meus pais sobre o que se passava na escola e sobre os professores (os bons e os maus)algumas coisas eram impossíveis de explicar de forma a que entendessem como queria: era preciso lá estar, viver o dia a dia. Há coisas que simplesmente ultrapassam a boa vontade dos pais. O dia a dia de uma escola é vivido pelos alunos e pelos professores, quer se queira, quer não. Falando ou não dos "hipotéticos" pais presentes na educação dos filhos...não sei se é essa a tua opinião ou não ,mas infelizmente muitos pais continuam a ser ausentes ou "defeituosamente" presentes nas escolas (eu sei que fui uma sortuda nesse campo). Portanto, a ministra devia estar mais preocupada em conquistar os professores e os alunos, o sangue que corre nas veias das escolas.
Este grande testamento provavelmente já se afastou do cerne da questão, mas ao ler os últimos posts e comentários, foi o que me ocorreu dizer...
Beijinhos e continua!
Catwoman: bato-te palmas! :)
Catatau: obrigada! (blushing) :P
Lighter Now?!
Faz sempre bem desabafar.
Beijo na kareka e vais ver que tudo se há-de compor num futuro que se quer próximo.
Passei por aqui, mas não vou entrar na conversa! Hehehe... Mas hei-de voltar. Um abraço.
Caro Tonghzi
se o teu post já me tinha confirmado aquilo que há muito já sei, que é estar perante um "profissional" do ensino a 100%, e que sabe ponderar sem histerismos o que é bom e mau para o ensino (ao fim e ao cabo é todo o ensino que está a ser posto em causa), mais gostei do tom de diálogo estabelecido aqui nestes comentários.
Eu, pessoalmente, e até porque já fui professor não posso deixar de estar solidário convosco, embora não alinhe em chavões tão em voga, de momento, como o "NÃO À AVALIAÇÃO", não a esta avaliação!!!!
O que é perigoso, a meu ver, neste caso é o aproveitamento político que se está a tirar, via sindical deste mau estar; nos sindicatos, como nos ministérios, nem sempre os cargos são bem exercidos...
Abraço.
Caro Kareka,
Vi ontem a entrevista da "tua amiga". Achei tudo muito vago e pouco consistente. Até porque a Judite foi "melher" pra ela.
Mas uma coisa te digo: era muito bom sanar certos professores com as ditas avaliações!Lembro-me bem das madonnas que tive como prof's que não faziam um chavelho e eram consideradas as ssupra-sumo da batata!
A ver vamos no que isto dá!
Bjokas
Keratina,
Tens toda a razão. Eu defendo a avaliação mas séria, não esta!
triste a vossa situação. a minha também não está muito melhor, embora por razões diferentes. um abraço e obrigado pelas visitas.
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