Paranóia ou influência informática?
Hoje, enquanto vigiava uma prova de exame de Português A reparei num aspecto algo controverso sobre a prova.
Os alunos, para além de terem de saber português, o que é natural, têm de também saber e serem rápidos a contar!!!! Dei conta deste aspecto depois de ouvir, repetidamente, pum, pum, pum, pum, ... Tratava-se dos alunos a contar palavras.
Um olhar atento na prova – composta por três grupos – fez-me ficar a pensar neste aspecto da contagem.
No grupo I não havia contagem. No grupo II, referente ao romance “Os Maias” de Eça de Queiroz, pedia “um texto expositivo-argumentativo bem estruturado de duzentas a trezentas palavras. Como observação definia o que o que se considera, neste contexto, uma palavra – sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex: /dir-se-ia/) Refere ainda um desvio do limite de palavras indicado, implica uma desvalorização parcial do texto produzido.
No grupo III é dado um texto sobre a poesia de Cesário Verde e pedido um resumo – Resuma o excerto a seguir transcrito, constituído por trezentas e trinta e duas palavras, num texto de noventa e cinco a cento e vinte e cinco palavras. Neste caso, nas observações, refere-se a tolerância do número de palavras – Há uma tolerância de quinze palavras relativamente ao total pretendido ( oitenta palavras como limite mínio e cento e quarenta como limite máximo). Um desvio maior implica uma desvalorização parcial do texto produzido.
A minha questão é a seguinte:
Eu percebo que se deve limitar as respostas dos alunos. É preciso, em certos casos, ser conciso e expor as ideias de uma forma directa, com clareza e boa organização.
Mas isso não poderia ser feito limitando o número de linhas?
Eu sei que o tamanho da letra tem alguma influência.
Mas será assim tão significativa que se deva obrigar os alunos a contarem duzentas e tal palavras à mão?
Contar palavras no word é tarefa fácil. E encurtar texto também...
Há o copy/paste, a facilidade de substituir uma frase por outra no sentido de escrever mais ou menos palavras.
No final, dei uma vista de olhos pelos testes. Tudo riscado... montes de asteriscos...
Paranóia, modernice ou influência informática?
Os alunos, para além de terem de saber português, o que é natural, têm de também saber e serem rápidos a contar!!!! Dei conta deste aspecto depois de ouvir, repetidamente, pum, pum, pum, pum, ... Tratava-se dos alunos a contar palavras.
Um olhar atento na prova – composta por três grupos – fez-me ficar a pensar neste aspecto da contagem.
No grupo I não havia contagem. No grupo II, referente ao romance “Os Maias” de Eça de Queiroz, pedia “um texto expositivo-argumentativo bem estruturado de duzentas a trezentas palavras. Como observação definia o que o que se considera, neste contexto, uma palavra – sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex: /dir-se-ia/) Refere ainda um desvio do limite de palavras indicado, implica uma desvalorização parcial do texto produzido.
No grupo III é dado um texto sobre a poesia de Cesário Verde e pedido um resumo – Resuma o excerto a seguir transcrito, constituído por trezentas e trinta e duas palavras, num texto de noventa e cinco a cento e vinte e cinco palavras. Neste caso, nas observações, refere-se a tolerância do número de palavras – Há uma tolerância de quinze palavras relativamente ao total pretendido ( oitenta palavras como limite mínio e cento e quarenta como limite máximo). Um desvio maior implica uma desvalorização parcial do texto produzido.
A minha questão é a seguinte:
Eu percebo que se deve limitar as respostas dos alunos. É preciso, em certos casos, ser conciso e expor as ideias de uma forma directa, com clareza e boa organização.
Mas isso não poderia ser feito limitando o número de linhas?
Eu sei que o tamanho da letra tem alguma influência.
Mas será assim tão significativa que se deva obrigar os alunos a contarem duzentas e tal palavras à mão?
Contar palavras no word é tarefa fácil. E encurtar texto também...
Há o copy/paste, a facilidade de substituir uma frase por outra no sentido de escrever mais ou menos palavras.
No final, dei uma vista de olhos pelos testes. Tudo riscado... montes de asteriscos...
Paranóia, modernice ou influência informática?
Etiquetas: Coisas da escola
18 COMENTÁRIOS:
Este comentário foi removido pelo autor.
Muito eles gostam de implementar essas regras de dosagem de texto.
Bem por vezes em poucas linhas diz-se o essencial, axo que não é preciso 200 palavras, para explicar o que se quer em 50.
Mas ha sempre aqueles que gostam de fazer testamentos...
Paranóia, modernice ou influência informática???
Eu diria que é uma "paneleirice" :P
Eu voto na paranóia com paneleirice à mistura. Lembro-me na altura que contar as palavras (muitas vezes quando já não se tinha tempo!) era muito stressante e pior ainda, ter que reler o texto várias vezes até perfazer um número de palavras que esteja dentro do limite.
Por linhas seria uma solução bem mais fácil...mas enfim...
Diz o nosso primeiro que temos de investir na novas tecnologias e coiso e tal...
Parece-me mais parvoice aguda,,,, como os profes normalmente gostam de descontar tudo o possível e mais algum,,, aqui está mais um,,, o desconto do desconto,,,, assim,,, nem o continente,,,,ahahahahah
Ministério da educação: porque mais barato não hà!!!
Paranóia, modernice ou influência informática?
Parece-me mais estupidez, incoerência e falta de sensibilidade.
Supostamente, depois de tantos anos, de tantos exames e dezenas de reformas, há pequenos aspectos que deveriam já estar ultrapassados. Mas será que neste país nunca se aprende com o passado? Tudo se esquece. O conhecimento empírico neste país não existe :D
Grande abraço e até breve, desculpa lá o longo comentário...
Ora boas! Como já fiz esses exames a algum tempo! Sim estou velho heheh também tive de contar as palavrinhas todas! Só não sei o porque de se temos de evoluir tecnologicamente ainda somos dos povos da União Europeia com pior índice de escolaridade. Se em vez de tentar tramar os alunos tentassem ajudassem, eram capazes de ser mais produtivos. Ora o que um aluno de português tem a ver com contar palavras? Qualquer dia um exame de matemática e preciso escrever tudo direitinho, sem símbolos matemáticos. Mas também quando temos um PM com um diploma envolto em polémica o que podemos esperar!!!
Se acaso te interessar a minha opinião: muita calanzice, muito medo e, a embrulhar tudo, a maior dose de estupidez que jamais se verificou em exames nacionais. Se aquelas são provas de Português (especificamente), eu vou à China e já volto... Poderiam ser de qualquer outra coisa que lhe quisessem chamar... Mas de Português, definitivamente, não são!!!
Uma estupidez pegada, própria de tecnocratas e intelectuais de pacotilha - desses que abundam no ministério da educação.
Por falar no me, já foste ler ao JN online as notícias de hoje? "Títalo":Resultados dos alunos vão pesar na avaliação dos professores". O artigo sustenta um debitar de disparates e inanidades que até aflige!...
bem...pelos vistos o programa não mudou (nem os testes) de há 10 anos para cá...e depois queixem-se...acho melhor o sócratinho juntar ao gaginho e falarem os dois sobre "inovação"....assim vão os "nossos futuros"....
Já vi sim, Catatau...
Isto já anda assim!?!?!?
No que eu me vou meter!!!!
Mas vai ter que ser!
Bom fim-de-semana!
(não vale a pena contares as palavras!!)
Abraço.Pedro
Lembro-me perfeitamente do meu exame nacional de Português A... também tínhamos que fazer essa contagem de letrinhas nos resumos e comentários. Realmente não é uma coisa fácil mas também não morri por isso...
A palavra certa, entre muitas outras, também acertadas, aqui expressas, é realmente esta: paneleirice!
concordo totalmente consigo. há um mês, quando eu me examinei de inglês, uma das questoões foi uma composição de 150 palavras. para além disso, havia mesmo que escrever numa quadrícula à margem o número exacto das palavras escritas. imaginem: toda a gente a contar e a perder o tempo necessário para as restantes questões...! às vezes ocorre ser máis importante a forma do que o fondo, não acham?
Cada vez mais se escreve no computador, o papel já quase "passou de moda"...
Abraço e bom fim-de-semana!
Também passei por isso já faz uns anitos e considero estupidez total, especialemente na parte da Composição.... no resumo ainda se justifica!
MY GODIIIIII...
Como diria uma Tia minha.
Jinhos
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