Problema complicado (Parte II)
Posso dar mais alguma informação
O Francisco foi integrado numa turma que já vinha "em bloco" desde o 1º ciclo. Contudo, a sua integração não foi complicada.
A escola, de momento, não tem acompanhamento psicológico. A nossa magnânima ministra cortou a verba com a qual se tinha contratado uma psicóloga.
Penso que os colegas sabem pouco, ou mesmo nada, do que se está a passar - o Francisco não é muito "aberto" mesmo para os colegas.
Numa troca de impressões não formal os professores que a professora de português - que se considera mais próxima do Francisco - vai tentar ter uma conversa mais franca com ele.
Vamos ver o que vai resultar desta acção.
O Francisco foi integrado numa turma que já vinha "em bloco" desde o 1º ciclo. Contudo, a sua integração não foi complicada.
A escola, de momento, não tem acompanhamento psicológico. A nossa magnânima ministra cortou a verba com a qual se tinha contratado uma psicóloga.
Penso que os colegas sabem pouco, ou mesmo nada, do que se está a passar - o Francisco não é muito "aberto" mesmo para os colegas.
Numa troca de impressões não formal os professores que a professora de português - que se considera mais próxima do Francisco - vai tentar ter uma conversa mais franca com ele.
Vamos ver o que vai resultar desta acção.
14 COMENTÁRIOS:
Se calhar, se o miúdo soubesse estar a ser alvo de tanta preocupação, até se enternecia...
Mas as coisas não funcionam assim. Que coisa tão complicada...
Boa sorte, Tongzhi.
(ainda bem que continua a haver pessoas que se preocupam; principalmente num sistema de ensino como o nosso, que parece recompensar quem se quer baldar e prejudicar quem quer ir para a frente)
Por um lado, acho que podes ter razão. Ele poderia sentir que as pessoas se preocupam com ele. Mas por outro, pode se sentir constrangido por saber a sua vida conhecida...
E se a "conversa" com a professora de Português não resultar? Convém ter algo na "manga", ou seja, uma estratégia que envolva todos os professores do garoto. Podiam aproveitar as reuniões de avaliação que se avizinham e tentar criar um airbag que implique os esforços de todos, de forma a devolver ao miúdo a auto-estima e a confiança no mundo (que ele parece estar a perder). Os reforços positivos - repito, sem paternalismos - podem fazer a diferença entre um défice afectivo
provocado pelo abandono e um restabelecimento do equilíbrio através do carinho e da valorização das suas atitudes correctas. Mas isso não pode ser obra de uma só pessoa. Não chega. Tem de ter o comprometimento do elenco de todos os seus professores.
A instituição para onde o "atiraram" tem psicólogo? Tem tutor individual (daqueles que funcionam como E.E's. junto do estabelecimento de ensino)? Já o contactaram? É uma pessoa acessível, presente e compreensiva ou é um idiota sem sentimentos que cumpre o seu papel e horário de funcionário público? Resultaria tentarem, juntamente com ele, alguma estratégia? Quanto melhor for a "corrente", menos hipótese tem de "gripar". :)
A instituição tem um "manga de alpaca"... foi através dele que se teve conhecimento do problema. Claro que o tal "funcionário" diz que ele está melhor, mais acompanhado e nem sente que o Francisco tenha algum problema...
Como não acredito nos Psicólogos que estão nestas escolas oficias ou instituições que apoiam crianças em risco, parece-me muito mais importante a intervenção do Professor, que esteja mais próximo do aluno, e com a sua compreensão, disponibilidade, maturidade, afecto (elemento também muito importante), sensibilidade, a encaminhar o "seu" aluno para bom porto...
Leva-o com carinho sem mostrares medo nem preocupação...faz-lhe umas festas ...pergunta-lhe o que mais gosta de fazer...puxa-o para cima...Vais ver consegues.
Jhs
Olá amigo. Pensei se devia escrever alguma coisa sobre o assunto no teu blog, mas lá me resolvi. Depois de vários anos no ensino superior, estás agora a tomar contacto com outro mundo, outra realidade diferente. Se no ensino superior reina o rigor científico e académico, partindo do pressuposto de que os alunos já atingiram a maturidade adulta, no básico e no secundário as coisas são muito diferentes. Além de professor, terás de ser também um amigo, conselheiro, psicólogo, assistente social, enfim, uma prole de actuações. Vais comviver com alunos muito diferentes entre si, em processo de formação de personalidade, com problemas existenciais, familiares e pessoais muito complexos. Além de ensinar, neste momento um professor desdobra-se em mil e uma facetas, muitas vezes não tendo preparação para isso mas tentando fazer o seu melhor. Por isso, só quem está nas escolas compreende muito do que se passa neste mundo do ensino. Não te posso dar conselhos, pois cada caso é um caso. Tem a certeza é de que até ao fim da tua carreira, muitos mais casos iguais ou parecidos a este vão ao teu encontro. Agir de forma sensata e dando o nosso melhor é o melhor que poderemos fazer. Só para rematar, imagina agora como será dar aulas a alunos entre os 10 e os 15 anos. Complicado. Abraços e jocas para o meu amigão.
:) és fantastico...k sorte k o teu aluno tem em t ter como professor...mas...é complicado!Eu acredito.pr experiencia propria,k as pessoas só podem ser ajudadas qd assumem k precisam d ajuda...será k ele acha k precisa d ajuda?será k ele ker ajuda?!pk nao falar abertamente com ele...e perguntar isso mesmo...e dizeres o qt estás disposto a ajuda-lo...com carinho,mta conversa...tv chegues a ter a confiança dele...e só aí o puderas ajudar!...é o k eu penso...mas é complicado...ha mts franciscos...mas tds eles diferentes... :) bjnhos meu kerido
Zoick tem razão: podes levar o cavalo até à beira do rio, mas não podes obrigá-lo a beber água. Mas só por tentares, já tens todo o mérito. Tu e o Francisco enterneceram-me, desejo muita luz para que tudo se resolva pelo melhor.
Obrigado a todos pelas palavras e pelas ideias.
Vamos ver como as coisas se vão encaminhar. Prometo que depois volto a dar notícias!
tongzhi, só te conheço de comentários em blog alheio, hoje decidi vir visitar o teu blog e não pude deixar de reparar neste post.
Acho que se sequer reparaste nos problemas de um aluno em particular (nos dias que correm acho excelente que o tenhas feito), então acho que seguiria o comentário da maria clarinda. Leva-o com algum carinho a abrir-se um bocadinho mais. Por exemplo, sabes porque é que ele foi para um lar? Não sei a que anos deste aulas mas eu comecei por dar aulas no secundário e uma das partes mais bonitas é esse envolvimento com os alunos que se perde quando damos aulas a adultos no superior. Acho que um professor pode fazer uma diferença inacreditável na vida de um miúdo. Desculpa intrometer-me, mas agora já está!
Boa sorte e um beijinho
AR (também sou professora)
Caro anônimo
Fizeste muito bem em comentar e desejo que o faças mais vezes.
A complicação deste caso está em que ainda nenhum dos professores conseguiu falar abertamente sobre o assunto com o Francisco. Sou sabemos o que ele confessou a dois colegas, e o que o responsável pela instituição onde ele está, diz.
Só tenho um reparo a fazer ao que dizes. Eu dei aulas (e ainda dou)durante 14 anos exclusivamente no ensino superior e sempre tive as mesmas preocupações com os alunos. Talvez porque os apanhava no ano antes de serem professores...
Um beijinho também para ti!
tongzhi
(1) não sou anónimo, sou AR!
(2) buahhhh!!! eu sou uma menina! (Bem, tem dias!) Não sou "um caro anónimo", sou uma "cara anónima"! Agora, no meio de uma crise de identidade, vou falar a sério...
Acho que no que diz respeito ao ensino superior, a proximidade com os alunos varia um bocado consoante o sítio. Falaste em dar aulas a professores, se deres aulas numa ESE é absolutamente diferente de dar aulas a um curso, por exemplo, de engenharia no IST. Não tens mesmo qualquer proximidade com os alunos. Claro que depois também depende do ano em que os apanhas. Não é trivial...
beijinhos
AR
Cara colega AR :)
Já tinha carregado no botão quando percebi que eras professorA e, por essa razão, devia ter sido anónima!!!
he he he
Espero não ter causado muito trauma!!!
:))))))
Eu estou ligado ao Departamento de Educação de uma faculdade. De facto a natureza das cadeiras leva a uma proximidade que não é comum numa Universidade.
Beijinhos
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