Problema complicado...
Ando com um problema laboral complicado. Tenho um aluno que sei andar com alguns problemas familiares. Trata-se de um rapaz que foi, durante vários anos, criado por uma família e que de repente foi retirado e vive agora num lar da Misericórdia. Sempre que pode “furar” o esquema, aproveita para ir visitar os “pais” como ele teima em chamar.
Na aula o Francisco (nome fictício) sempre foi um aluno algo desatento, com uma vontade desmesurada de conversar com os “vizinhos”. Esse facto levou a que já tivesse mudado várias vezes de lugar, não havendo mais ninguém com quem “emparelhar”.
Ultimamente, para alem deste aspecto, deixou de reagir bem ao ser chamado “à razão”...
Tenho tido um cuidado acrescido ao tratar este assunto mas, confesso, que não sei se estarei a reagir bem e se este facto não me irá causar algum embaraço, perante uma atitude menos correcta da parte de um outro aluno.
Já tentei falar com ele no final da aula mas ele não abriu a boca. Não foi agressivo nessa ocasião, mas não disse nada...
Estou um bocado baralhado...
Vou tentar “dormir” sobre este assunto no fim de semana!!!
A propósito,
1 BOM FIM DE SEMANA!!!
Na aula o Francisco (nome fictício) sempre foi um aluno algo desatento, com uma vontade desmesurada de conversar com os “vizinhos”. Esse facto levou a que já tivesse mudado várias vezes de lugar, não havendo mais ninguém com quem “emparelhar”.
Ultimamente, para alem deste aspecto, deixou de reagir bem ao ser chamado “à razão”...
Tenho tido um cuidado acrescido ao tratar este assunto mas, confesso, que não sei se estarei a reagir bem e se este facto não me irá causar algum embaraço, perante uma atitude menos correcta da parte de um outro aluno.
Já tentei falar com ele no final da aula mas ele não abriu a boca. Não foi agressivo nessa ocasião, mas não disse nada...
Estou um bocado baralhado...
Vou tentar “dormir” sobre este assunto no fim de semana!!!
A propósito,
1 BOM FIM DE SEMANA!!!
10 COMENTÁRIOS:
Já lhe disseste isso?
"Eu quero saber como te ajudar, mas não faço ideia como... Tens de me ajudar a ajudar-te"?
As vezes o mais importante e saber ouvir e estar lá, o simples facto de sabermos que temos alguém que está connosco, disposto a escutar, ajuda e em muito, e como isso e muito mais eu sei que és capaz, basta que o "miúdo" saiba que estás disposto a ouvir e a tentar compreender e ajudar.
A preocupação pelo jovem é de louvar mas levar estes casos para casa podem perturbar o resto.
Tenta saber se ele quer mesmo ser ajudado porque a intromissão em casos mais delicados quando não há vontade dos intervenientes pode ter um efeito inverso...
Beijos e Bom Fim de Semana!!!!
As informações que eu tenho não são "via aluno" e, por essa razão, não as quero usar com o Francisco.
Se leres o meu post de 27/1/2005, verás um garoto bem semelhante ao que decreves com outras nuances, mas semlhante, nada consegui dele, apenas lhe dei o carinho que não tinha, e consegui um amigo...por vezes basta isso mesmo uma mão ,uma festa um gesto...e poderás obter milagres.
Boa sorte e um bom fim de semana para ti também.
A experiência dir-te-á o que tens a fazer!!!
Bom fim de semana :)
é mesmo uma situação delicada... eu também não saberia como reagir. Ouça os teus instintos!+
Tal como já alvitraram o /me, o lampejo e o Big Z, o melhor que podes fazer é demonstrares que estás disponível para o ajudar quando ele precisar, trata-o com simpatia, mas com firmeza (não vá ele levar as coisas para campos ínvios), dando-lhe reforços positivos perante a turma, nas pequenas tarefas solicitadas.
Provavelmente o Francisco está revoltado com a sua situação de vida e procura na conversação com os colegas um equilíbrio afectivo, uma atenção que - naturalmente - não a tem na instituição da qual é refém. No fundo sente-se abandonado e não percebe muito bem a razão. A auto-estima tb não deve estar grande coisa... Reparaste se ele é afectuoso e se procura cair na boa graça dos colegas? Se assim é, talvez o garoto esteja a precisar de uma valente dose de afecto. Procura valorizar o que ele faz, não assumindo atitudes paternalistas, claro, mas responsabilizando-o pelas tarefas e mostrando-te disponível para o ouvir.
Mas, de qualquer forma, tenho a certeza que encontras a melhor maneira de lidar com a situação, levando-a a bom porto!
Bom fim-de-semana. :)
Estes casos por vezes sõ mais complicados do que aquilo que nós pensamos. Durante o meu primeiro estágio tomei conhecimento de um caso deste género e percebi bem a impotência da professora para tentar resolver as coisas. Mas depois chegou-se a bom porto e o miudo lá se convenceu que com 8 anos ainda é cedo pra berber alcool.
Neste caso, na minha opinião mais delicado, as atitudes têm que, obviamente ser outras. Estamos a lidar com pessoas fragilizadas e numa idade em que muitas coisas acontecem.
Não será preciso muito pra perceber que o Francisco está revoltado. Afinal quem é que gosta de ser forçado a sair de casa dos "pais" e ter que ir pra uma instituição da Sta. Casa?
É quase a mesma coisa que prometer a uma criança que a levamos ao circo mas depois não vai... (talvez nao seja uma comparação muito feliz mas foi a que me ocorreu)
Este caso é de certa forma curioso por se processar de forma inversa à maioria dos casos, ou seja, o mais habitual é os miudos/as irem das instituições para familias de acolhimento e nao contrário. Por isso se reforça aqui o (provavel) sentimento de revolta do Francisco.
Resumindo e baralhando, talvez nao fosse mal pensado encaminhar o Francisco para acopanhamento psicológico, talvez ele fale com um psicólogo aquilo que nao é capaz de falar com um colega ou com os professores. Será importante também saber que tipo de relacionamento é que ele tem com os colegas para que não corra o risco de ser marginalizado por eles e assim, ficar ainda mais desamparado.
Eu julgo que o professor deve ter um papel activo neste tipo de casos, afinal de contas a escola nao é só para aprender o que vem nos livros... Felizmente é muito mais do que isso nos dias de hoje. E por ser a escola mais do que um sitio para aprender matérias acho que, neste caso em particular, os professores do Francisco devem discutir este problema e tentar resolve-lo da melhor maneira possivel.
No teu caso em particular "paizito", não deixes vir muito ao de cima o paternalismo se nao ainda acabas por levar o miudo pra tua casa (exagero meu) mas acho que percebes o que eu quero dizer...
credo, estiquei-me... desculpem
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